Em 24 horas, Recife registra chuva esperada para 17 dias


De acordo com a Defesa Civil, precipitação foi de 187 milímetros na cidade. Todo o Grande Recife registrou pontos de alagamentos nesta segunda.


Do G1 PE


Entre as 20h do domingo (8) e as 20h de segunda-feira (9), o Recife registrou um acumulado de 187 milímetros (mm) de chuvas, o que equivale à precipitação de 17 dias, levando em consideração a série histórica do mês de maio. Nesta segunda-feira (9), a Defesa Civil do Recife orientou 572 famílias que moram em áreas de risco a deixarem suas residências devido ao temporal que caiu sobre a cidade. A média história do mês de maio inteiro na cidade é 328 mm.


De acordo com a Defesa Civil do Recife, apenas nesta segunda-feira ocorreram na capital 65 pequenos deslizamentos, todos sem vítimas, e foram realizadas 11 vistorias em áreas de risco. Também foram atendidos 117 pedidos de colocação de lona. Com relação à queda de árvores por conta das chuvas na cidade, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) contabilizou oito ocorrências.


Segundo a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), as fortes chuvas ocasionaram cinco pontos críticos de alagamento na capital pernambucana: Mascarenhas de Morais, Domingos Ferreira, Dr. José Rufino, Capitão Temudo e Antonio de Goes. Ao todo, foram registrados 13 acidentes de trânsito, sendo dois com vítimas, e 25 semáforos com problemas, dos quais 16 foram consertados.


“Se continuar nessa frequência, o nível de chuva esperado para o mês inteiro de maio vai ser alcançada em 30 horas. Além de intensa, essa é uma chuva permanente, o que é uma preocupação a mais. Queremos alertar a população: a noite de hoje não é para ficar em área de risco, pois a previsão é que a chuva continue. Em um chuva como essa, é hora de cuidar da segurança individual e familiar.”, afirmou o prefeito do Recife, Geraldo Julio em coletiva de imprensa na tarde desta segunda.


A Secretaria Executiva de Defesa Civil do Recife publicou uma nota, no fim da manhã, recomendando a saída imediata de moradores de áreas de morro, onde há maior risco de deslizamento de terra.


Demais municípios

Em outros municípios da Região Metropolitana o cenário é o mesmo. Em Paulista, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) computou, nas últimas 24 horas, 213 mm de chuva, o que corresponde a 68% do esperado para todo o mês de maio. Em Olinda, choveu ainda mais. Foram 243 mm no mesmo período, o que representa 74,5% da precipitação mensal. Ruas e avenidas ficaram alagadas em todo o Grande Recife.


Somente em Olinda, foram 20 pedidos para colocação de lonas e registrados sete deslizamentos, nos bairros de Águas Compridas (3), Monte (1), Alto da Conquista (1), Córrego do Abacaxi (1) e Ouro Preto (1).


Além disso, também foram verificados dois desabamentos parciais de muros no Alto da Conquista e no Alto da Bondade, além de quatro desabamentos parciais de imóveis em Ouro Preto, Alto da Conquista, Cidade Tabajara e Aguazinha, sem vítima. As famílias foram deslocadas para casas de parentes.


A Secretaria de Serviços Públicos de Olinda informou que as principais vias de acesso da cidade estão com vários pontos de alagamentos. Os canais de Ouro Preto e Fragoso transbordaram e as equipes estão com máquinas nos locais mais críticos próximos aos canais para tentar abrir passagem para as águas com a retira de lixo e entulhos.


No Cabo de Santo Agostinho, a coordenadoria de Defesa Civil do município não registrou ocorrências de queda de árvores, acidentes ou deslizamentos de barreiras. Até agora, foram registrados apenas pontos de alagamentos em diferentes pontos da cidade, como Ponte dos Carvalhos, Distrito Destilaria e em trechos da BR-101.


Nos outros municípios do Grande Recife a situação era semelhante. Em Casa Caiada, em Olinda, e em Jardim Piedade, em Jaboatão, diversas ruas foram tomadas pela água e ficaram intransitáveis.


A Apac emitiu um novo alerta de chuva de moderada a forte para o Grande Recife, nas próximas 24 horas. Foi o segundo aviso desse tipo divulgado em dois dias. Diante do novo informe, os moradores de áreas de risco devem ficar atentos e procurar abrigo em local seguro. As equipes da Defesa Civil do Recife estão em estado de alerta.


Transtornos

Durante todo o dia, a população sofreu bastante com os transtornos causados pela chuva. Internautas enviaram fotos de pontos críticos nos bairros de Cajueiro e Casa Forte, mais precisamente na Praça do bairro. “Está alagado desde 8h, mas agora à tarde está piorando”, afirmou uma mulher que não quis ser identificada.


No Centro da cidade, a situação a situação era semelhante pela manhã. Devido aos alagamentos, a estudante de Direito Juliana Pereira levou 25 minutos para fazer um percurso que leva normalmente menos da metade desse tempo. Entre as ruas percorridas por Juliana estava a Gonçalves Maia, na Boa Vista.


Segundo a estudante, o transtorno foi grande para pedestres e motoristas. “Saio a pé da Rua do Príncipe para a minha faculdade, na Rua Dom Bosco, e normalmente levo de cinco a dez minutos. Hoje tive que fazer um percurso maior para evitar os trechos alagados”, reclamou.


Ainda na Boa Vista, a técnica de enfermagem Gilzana Paula também se impressionou com o alagamento em frente ao hospital em que trabalha, na Rua do Progresso. “Quando cheguei no plantão, às 7h da manhã, a frente do hospital não estava desse jeito. Às 13h, quando desci para almoçar, não acreditei no que vi. Aqui é sempre um ponto crítico, mas sempre surpreende”, conta.


Na Zona Sul, a aposentada Socorro Lucena também se queixou dos trechos alagados por onde passou. Segundo a telespectadora, no início da tarde havia alagamentos no início da Avenida Barão de Souza Leão, na Avenida Domingos Ferreira e na Rua Professor Augusto Lins e Silva. “Fiz um trajeto curto de carro, mas vi pontos alagados nesses três locais. Sempre que chove acontece isso”, critica.


Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2016/05/em-21-horas-recife-registra-chuva-esperada-para-quase-15-dias.html



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