Cresce a possibilidade de La Niña se configurar até o verão


Centros meteorológicos internacionais apontam até 65% de chance de o fenômeno se configurar nos próximos meses


Por Monique Gentil


Em boletim divulgado na última semana, a NOAA (Agência Americana de Meteorologia e Oceanografia) manteve a chance entre 55% e 65% de desenvolvimento de um La Niña de fraca intensidade entre o fim de 2017 e os primeiros meses de 2018.


Desde o fim do fenômeno no início do ano, o Oceano Pacífico Equatorial passou a registrar temperaturas acima da média no primeiro semestre de 2017 e os centros internacionais de meteorologia chegaram a apontar a possibilidade de um El Niño para o segundo semestre, mas com um aquecimento insuficiente para caracterizar o fenômeno, a expectativa diminuiu em junho, enquanto as águas voltaram à condição de resfriamento.


Para que o El Niño se configurasse, seria necessário que a temperatura da área central do Oceano Pacífico ficasse no mínimo 0,5ºC acima da média por pelo menos três trimestres consecutivos, que representa uma sequencia de cinco meses. Já o La Niña se configura quando a temperatura representa um desvio de 0,5ºC abaixo da média pelo mesmo período.


Os modelos de simulação da NOAA apontam resfriamento das águas do Pacífico com temperaturas que vão de 0,5°C a 0,7°C abaixo da média desde o trimestre composto por setembro, outubro e novembro, e a previsão é de que esses valores continuem sendo atingidos até o trimestre composto por janeiro, fevereiro e março, que seria o período mínimo para que o fenômeno La Niña fosse considerado.


Independente da configuração do fenômeno, o meteorologista Celso Oliveira afirma que pouca coisa muda na previsão dos próximos meses. “De qualquer forma, as águas seguem mais frias que o normal, o que justifica o atraso na regularização das chuvas no Centro-Sul”, comenta.


De acordo com o profissional, os próximos meses devem ser caracterizados por chuvas abaixo da média e calor excessivo no Nordeste, leste da região Norte e na faixa norte das regiões Sudeste e Centro-Oeste, enquanto o Sul do país e os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul devem contar com precipitações acima da média


“Já as temperaturas permanecem mais elevadas que o normal na costa do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, influenciadas também pelo aquecimento do Oceano Atlântico que está mais elevado o normal”, afirma Oliveira. No interior da região Sul e no Estado paulista, além de Mato Grosso do Sul e sudoeste de Mato Grosso, o calor não deve ser tão excessivo pelo menos no início do verão.


Fonte: https://goo.gl/MgBSbm


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