Controle do aquecimento global pode ajudar a diminuir casos de dengue na América Latina, diz estudo


Pesquisadores acreditam que limitar o aquecimento global a 1,5º C evitaria cerca de 3,3 milhões de casos da doença por ano. Brasil seria maior beneficiado.


O controle do aquecimento global pode colaborar para a diminuição da dengue na América Latina, de acordo com estudo divulgado na última terça-feira (25) na publicação científica "Proceedings of the National Academy of Sciences".


Os pesquisadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido concluíram que uma redução da temperatura global para 1,5 º C poderia evitar cerca de 3,3 milhões de casos de dengue por ano na América Latina e no Caribe.


A diminuição também evitaria o avanço da doença em áreas onde o nível de incidência ainda é baixo. Um aumento para 3,7º C na temperatura global poderia causar um aumento de 7,5 milhões de casos por ano no mundo.



A dengue é um doença tropical causada por um vírus e transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Pode causar febre, dor de cabeça e vômitos. Como o mosquito se reproduz em ambientes de calor e umidade, a dengue é mais comum em regiões com este clima. Brasil seria maior beneficiado.


De acordo com o estudo, feito também em parceria com a Universidade do Estado do Mato Grosso, o Brasil seria o maior beneficiado com a limitação do aumento da temperatura. O país evitaria 500 mil casos de dengue por ano até 2050 e 1,4 milhões de casos por ano até 2100.


Em 2018, o Brasil já registrou 40 mortes por dengue. Os dados são os últimos disponibilizados pelo Ministério da Saúde e se referem ao período de 31 de dezembro de 2017 a 21de abril de 2018.


Acordo de Paris


O acordo, assinado em dezembro de 2015 durante a cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, COP 21, prevê que os países devem trabalhar para que o aquecimento global fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.


O acordo internacional foi o primeiro da história em que os 195 países da ONU se comprometem a reduzir suas emissões, mas em junho de 2017 o presidente americano Donald Trump anunciou que os EUA estavam deixando o acordo.


O acordo pedia ao Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas que fizesse um estudo, nos próximos dois anos, para identificar mais claramente qual seria o impacto no planeta de um aumento de temperatura de 1,5 °C - em relação à era pré-industrial - e quanto de poluição precisa ser cortado para atingir esse objetivo.


O estudo sobre a dengue feito pela Universidade de East Anglia mostra um dos benefícios desta redução proposta em 2015.


"Existe uma crescente preocupação sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde das pessoas. Sabe-se que limitar o aquecimento global em 1,5º C beneficiaria a saúde humana, o impacto desses benefícios continuam- em sua maioria- desconhecidos", disse o líder da pesquisa Dr. Felipe Colón-González.


"Este é o primeiro estudo que mostra que a redução do aquecimento de 2º C para 1,5º C teria benefícios consideráveis para a saúde".


Fonte: https://goo.gl/M1hBCd


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