Nuvens grandes, densas e escuras provocam rajadas de vento no Ceará; entenda o fenômeno


As rajadas de vento percebidas com mais intensidade na última semana acompanham nuvens de grande desenvolvimento vertical chamadas de “cumulonimbus”.

As rajadas de vento percebidas com mais intensidade na última semana, em todo o Ceará, acompanham nuvens de grande desenvolvimento vertical chamadas de “cumulonimbus”, conhecidas como “nuvens de tempestade” e favoráveis à formação de raios.


O fenômeno é diferente do vivenciado durante o período de ventos fortes no estado, que tem pico nos meses de agosto e setembro. Essa temporada é marcada não pela ocorrência de chuvas, mas pela maior intensidade e constância dos ventos alísios após o fim da quadra chuvosa, que acontece em maio.

O meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), David Ferran, explica que as cumulonimbus estão associadas a descargas atmosféricas e chuvas relativamente fortes. Os ventos trazidos por ela “são muito localizados e de curta duração, geralmente de alguns minutos”, e têm velocidade em torno de 50 km/h.


Velocidade do vento


Mesmo com velocidade considerada “fresca”, segundo a Escala de Beaufort, deslocamentos de ar entre 42 km/h e 47 km/h foram capazes de derrubar árvores e arrancar telhados em Fortaleza. Em uma semana, a Prefeitura removeu 29 árvores caídas na capital cearense. Em todo o mês de janeiro, foram 49, segundo levantamento realizado até o último dia 27 pela Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (Urbfor).



A Escala de Beaufort indica ainda que, a partir de 60 km/h, galhos de árvores podem ser partidos. Após 75km/h, podem ocorrer pequenos danos em construções.

David Ferran detalha que as rajadas se formam a partir de um contraste de ar seco com o ar frio que chega com a chuva. No Ceará, “todas as regiões são propícias a esse tipo de sistema”, garante o meteorologista. O modelo é diferente dos ventos fortes característico do segundo semestre, quando é comum o registro de velocidades de até 60 km/h. De acordo com David Ferran, aqueles “são mais constantes e não provocados por nuvens de chuva, mas pelos ventos alísios, que têm característica de longa duração”.


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