Chefe da ONU fala em justiça e empenho na eliminação do carvão até 2030

Secretário-geral sugeriu prazo a membros da Ocde durante reunião virtual; ONU pede responsabilidade coletiva e urgência ao lidar com efeitos da transição para uma economia verde.


Por ONU News



Um apoio total à eliminação progressiva do carvão através de uma transição justa. Este foi o plano apresentado pelo secretário-geral da ONU durante uma reunião virtual sobre o tema, organizada por Reino Unido e Canadá.

Para o secretário-geral, António Guterres, a transição de uma economia baseada em fontes fósseis para uma economia verde deve levar mais prosperidade às pessoas.


Jovens


A Cúpula Global sobre Eliminação Gradual da Energia a Carvão reúne autoridades, empresários, acadêmicos, ONGs, jovens e o setor da saúde. Participaram também os enviados especiais da ONU para a Ação Climática e Finanças, Mark Carney, para a Energia Sustentável para Todos, Damilola Ogunbiyi, e para as Ambições e Soluções Climáticas Michael Bloomberg.


Pnud Eritrea/Elizabeth Mwaniki

Combate a mudança climática pode gerar novos empregos, em setores como energias renováveis


O chefe das Nações Unidas pediu três passos aos participantes. O primeiro é o cancelamento dos atuais projetos globais de carvão e o fim do que chamou de “vício mortal de carvão”.


Especificamente, Guterres apelou para um compromisso dos líderes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Ocde, de eliminar o carvão até o fim desta década. Aos não integrantes do bloco, o prazo seria 2040.

O secretário-geral disse que a ciência defende essa meta para que se cumpra o Acordo de Paris sobre a mudança climática protege as gerações futuras. Ele enfatizou que os principais emissores e usuários de carvão devem anunciar planos de eliminação bem antes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP-26. O evento está agendado para este ano em Glasgow, na Escócia.


Economias

Aos membros do G-7, que reúne as economias mais industrializadas do mundo, António Guterres pede que assumam a liderança dessa eliminação progressiva na reunião do grupo até junho.


Banco Mundial/Mariana Ceratti

Empregos no setor da eletricidade por combustiveis fósseis seriam compensados por trabalhos em energias renováveis e outros setores


Em segundo lugar, ele quer o fim do financiamento internacional a usinas de carvão e uma mudança de investimento para projetos de energia renovável. Às principais economias emissoras, ele pediu que essa formalização aconteça na primeira oportunidade este ano.


Guterres pediu mais apoio dos países em desenvolvimento com uma transição para a energia renovável. E disse que bancos, investidores ou fundos de pensão devem apostar agora na nova economia de energia renovável.


Guterres defende, em terceiro lugar, o início de um esforço global para se organizar uma transição justa e transformando, se necessário, “cada uma das usinas de carvão”.


Empregos


Para o secretário-geral, grande parte dos estudos realça que apesar da iminência de perdas inevitáveis, a transição do carvão para energia renovável resultará na criação líquida de milhões de empregos até 2030.


Unama/Sayed Barez

ONU defende esforço global para se organizar uma transição justa


O líder das Nações Unidas apelou ao engajamento de governos e empresas de energia, de mão de obra, sindicatos e investidores, tanto privados como públicos.

O chefe da ONU quer ainda que sejam adotadas as Diretrizes da Organização Internacional do Trabalho para uma transição justa e “como padrão mínimo para garantir o progresso em trabalho decente para todos”.


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