Confinamentos e restrições de viagens causaram “queda dramática” nas emissões de poluentes

Novo relatório da Organização Meteorológica Mundial mostra impactos das medidas contra a Covid-19; agência garante que muitos centros urbanos começaram a ver “céus azuis ao invés de nuvens poluídas”; América do Sul foi região com maior queda dos níveis de CO.


Por ONU News



Foto: Centro Municipal de Proteção Ambiental de Pequim - Céu azul e limpo na cidade de Pequim, na China


As restrições de viagens e os confinamentos causados pela Covid-19 levaram a uma “queda dramática das emissões de poluentes do ar em 2020, principalmente em áreas urbanas”.


Os dados estão em relatório divulgado esta sexta-feira pela Organização Meteorológica Mundial, OMM. Segundo a agência, muitas cidades passaram a ter “céus azuis ao invés de nuvens de poeira”.


Reduções da América do Sul

Mas a redução de poluentes não foi uniforme em várias regiões do mundo. O “Boletim da Qualidade do Ar e do Clima” é o primeiro do tipo emitido pela OMM e mostra “uma conexão íntima entre qualidade do ar e mudança climática”.


O estudo mostra que as emissões de poluentes causadas pelo homem diminuíram com as restrições da pandemia de Covid-19. Houve queda de até 70% das emissões de dióxido de nitrogênio e de até 40% nas concentrações de PM2.5 , que são as partículas pequenas.


Segundo a OMM, as concentrações de ozônio no ar foi bastante variada entre as regiões. Na Europa, por exemplo, o aumento foi muito pequeno, mas na América do Sul, as concentrações de ozônio subiram 30%.


Incêndios

Por outro lado, todas as regiões do mundo tiveram declínio das emissões de monóxido de carbono, CO, sendo a maior queda, de 40%, registrada na América do Sul.

A OMM destaca ainda que a mudança climática causou um volume “sem precedentes de tempestades de poeira e de areia, além de incêndios que afetaram a qualidade do ar”.

Esta tendência continua sendo vista este ano, com grandes incêndios na América do Norte, na Europa e na Sibéria”, por exemplo.


Importância de Políticas Públicas

O secretário-geral da OMM declarou que “uma pandemia não pode substituir ações sustentáveis de combate aos poluentes do ar e à mudança climática.”


Petteri Taalas defendeu “uma política coerente e integrada sobre clima e ar, baseada em observações e na ciência”. A OMM revela que os impactos da poluição do ar causaram 4,5 milhões de mortes em 2019.


O boletim da OMM está sendo publico nas vésperas do Dia Internacional para Ar Limpo e Céus Azuis, comemorado em 7 de setembro

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