Emissão de CO2 para gerar energia atingiu nível recorde em 2021

Relatório mostra que, por conta de recuperação no setor energético "pós-pandemia", planeta enfrentou aumento de 6% na liberação do gás em relação a 2020


Por Redação, da Galileu



Foto: Pixabay


As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) para produzir energia aumentaram 6% de 2020 para 2021, alcançando o nível mais alto da história. O aumento ocorreu em decorrência da recuperação da economia mundial frente à pandemia de Covid-19, segundo um novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, da sigla em inglês).

A análise avalia os mercados de combustíveis com dados nacionais sobre energia, economia e clima. No ano de 2020, quando o mundo passou a ser atingido pela Covid-19, o documento mostra que foram liberadas 1,9 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera — uma diminuição de 5,2% em relação ao ano anterior. Já em 2021, as emissões chegaram a 36,3 bilhões de toneladas.

De acordo com a IEA, a economia global dependeu fortemente do carvão para se reerguer, o que gerou a piora na poluição. Esse combustível fóssil foi responsável por mais de 40% do aumento geral das liberações de CO2 em 2021. Isso ocorreu por conta de condições adversas do clima e do próprio mercado de energia, que apresentou picos nos preços do gás natural.



Emissões de CO2 da combustão de energia e processos industriais, entre 1900-2021

— Foto: IEA


Desse modo, houve uma mudança de gás para carvão, que elevou as emissões de CO2 em mais de 100 milhões de toneladas. De acordo com a IEA, isso se deu principalmente nos Estados Unidos e na Europa, onde a concorrência entre usinas a gás e carvão é mais acirrada.


Por outro lado, o setor de energia renovável teve seu maior histórico de crescimento, fornecendo uma maior parcela da geração de eletricidade do que o carvão — o aumento foi de 500 TWh (terawatt-hora), em relação ao que foi gerado em 2020.



Mudança anual nas emissões de CO2 por setor, em 2020 — Foto: IEA


A produção eólica e solar fotovoltaica cresceu em 270 TWh e 170 TWh, respectivamente, enquanto a geração de energia hídrica diminuiu devido aos impactos da seca, principalmente nos Estados Unidos e no Brasil.

Relação por país

De modo geral, quase todas as regiões do mundo apresentaram emissões mais elevadas de CO2 no setor de energia em 2021, sendo que os aumentos mais acentuados foram no Brasil e na Índia (mais de 10%). Já o Japão registrou a elevação menos significativa desse poluente (1%).



Mudança anual nas emissões de CO2 por setor, em 2021 — Foto: IEA


Um dos principais destaques foi a China, a nação que mais impulsionou a recuperação das emissões globais de CO2 acima dos níveis pré-pandêmicos, conforme o relatório. Por lá, o aumento de liberação do poluente foi de 5% de 2020 para 2021, período em que o país foi a única grande economia a experimentar crescimento econômico.


Nesse intervalo, o total de gases de efeito estufa liberado pelo mundo no âmbito energético foi de 40,8 bilhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2eq), sendo que quase 89% vieram somente da combustão energética do dióxido de carbono. “O aumento das emissões de CO2 relacionadas à energia empurrou as emissões globais de gases de efeito estufa para seu nível mais alto em 2021”, alerta o texto.


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