Impactos do clima extremo mataram mais de 5 mil pessoas na Ásia em 2020

Enchentes e tempestades afetaram 50 milhões no continente; milhões de civis ficaram desalojados e prejuízos foram de bilhões de dólares, revela levantamento coordenado pela Organização Meteorológica Mundial.


Por ONU News


Unsplash/Marek Piwnicki

A poluição do ar pelas usinas de energia contribui para o aquecimento global.


Os impactos do clima extremo e da mudança climática na Ásia resultaram na morte de milhares de pessoas, deixaram milhões de outras desalojadas e causaram prejuízos de bilhões de dólares, segundo o relatório “O Estado do Clima na Ásia em 2020”.


O novo levantamento divulgado esta terça-feira pela Organização Meteorológica Mundial, OMM, revela ainda que estão aumentando a insegurança alimentar e de água e as degradações ambientais.


Todas as regiões afetadas


O documento traz um balanço das temperaturas tanto em terra quanto nos oceanos e destaca o derretimento das geleiras, o aumento do nível do mar e episódios de clima extremo durante o ano passado, sendo que a situação foi ainda mais complicada devido à pandemia de Covid-19.


Todas as regiões asiáticas foram afetadas, desde os picos do Himalaia até áreas costeiras, passando por cidades com alta densidade populacional até os desertos do Ártico e do mar árabe.


O secretário-geral da OMM declarou que “enchentes, tempestades e secas tem tido grande impacto em vários países da região, afetando a agricultura, o sistema alimentar e contribuindo para a vulnerabilidade de migrantes, refugiados e deslocados”.


2020, o ano mais quente


Petteri Taalas afirma que esses impactos prejudicam o desenvolvimento sustentável e os progressos para o cumprimento da Agenda 2030 da ONU.


O documento mostra que menos de 10% dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável deverão ser alcançados pela Ásia nos próximos nove anos.

O ano de 2020 foi o mais quente já registrado no continente. Na cidade de Verkhoyansk, na Rússia, por exemplo, os termômetros atingiram 38°C, a temperatura mais alta já registrada no norte do Círculo Polar Ártico.


Sobre o nível do mar, o relatório confirma que a média global de aumento tem sido de 3,3 mm por ano, mas no Oceano Índico e noroeste do Oceano Pacífico, o nível do mar tem aumentando muito mais.


Prejuízos para a economia


O volume glacial deverá diminuir entre 20% e 40% até 2050, afetando as vidas e os meios de subsistência de 750 milhõs de pessoas na região.


Em relação ao impacto financeiro causado pelo clima extremo, a China foi o país mais afetado, com perdas de US$ 238 bilhões, seguido da Índia, com US$ 87 bilhões e do Japão com US$ 83 bilhões.


As enchentes e as tempestades de 2020 afetaram 50 milhões de asiáticos, causando ainda 5 mil mortes. O levantamento da OMM revela que estes números são menores que a média das últimas duas décadas, uma prova do sucesso dos sistemas de alerta precoce em vigor em vários países da Ásia.


O ciclone Amphan, por exemplo, um dos mais fortes já registrados, atingiu Índia e Bangladesh em maio do ano passado, deixando quase 5 milhões de pessoas deslocadas nos dois países.


O relatório recomenda aos países asiáticos que aumentem as estratégias de cooperação sobre desastres ligados ao clima, para diminuir os impactos e para que se consiga cumprir os objetivos da Agenda 2030.

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