Maior iceberg do mundo se solta na Antártida e equivale a 3 cidades de SP

O gigantesco bloco de gelo A-76, que flutua no Mar de Weddell, tem uma área de 4.320 quilômetros quadrados; já a capital paulista tem aproximadamente 1.521 km²


Por Redação Galileu


O iceberg A-76 é o maior do mundo e mede cerca de 4320 km2; ele se soltou de sua plataforma de gelo na Antártida (Foto: ESA)


Um bloco de gelo gigante se deslocou de sua plataforma e tornou-se o maior iceberg do mundo agora que está flutuando no Mar de Weddell, na Antártida. O acontecimento foi divulgado pela Agência Espacial Europeia (ESA) na última quarta-feira (19).


Chamado de A-76, o iceberg tem três vezes o tamanho da cidade de São Paulo, com cerca de 170 quilômetros de comprimento, 25 quilômetros de largura e uma área de 4.320 quilômetros quadrados. A capital paulista tem aproximadamente 1.521 km².


O A-76 ultrapassou o gigante antecessor, A-23A, que tem aproximadamente 3,8 mil km² e também fica no Mar de Wenddell. O segundo maior iceberg partiu da plataforma de gelo Filchner-Ronne em setembro de 1986 e encalhou no sul de Weddell em novembro de 1991.


Segundo a Agência France-Presse (AFP), o mais novo iceberg se separou do lado oeste, também da plataforma Filchner-Ronne, e foi originalmente localizado pelo órgão britânico de pesquisa British Antarctic Survey (BAS).


Fotos do atual maior iceberg foram captadas pela missão Sentinel-1, do programa de observação Copernicus, da ESA. A empreitada consiste em dois satélites de órbita polar que dependem de imagens de radar para retornar dados de dia e de noite, permitindo visualização durante todo o ano.


De acordo com a CNN, os cientistas não estão atribuindo o deslocamento do iceberg A-76 às mudanças climáticas e acreditam que o fenômeno faz parte do ciclo natural de formação de blocos de gelo na região.


O iceberg A-23A, que costumava ser o maior do mundo, partiu da plataforma de gelo Filchner em setembro de 1986 e encalhou no sul do mar de Weddell em novembro de 1991 (Foto: ESA/Polar View/Twitter)


Após o derretimento, A-76 não vai elevar o aumento do nível do mar, justamente por ter feito parte de uma plataforma de gelo flutuante. O processo lembra o que ocorre com um cubo de gelo quando ele derrete e não aumenta o nível do copo.


Acontece que icebergs como A-76 são diferentes de geleiras ou mantos de gelo, que se encontram em terra e elevam o nível do mar quando quebram ou derretem. Se todo manto congelado da Antártida derreter, a estimativa é que esse nível possa aumentar em cerca de 58 metros.


Isso preocupa os cientistas, já que algumas plataformas de gelo ao longo da península Antártica sofreram rápida desintegração nos últimos anos, um fenômeno atrelado ao aquecimento global, de acordo com o centro de estudos polares US National Snow & Ice Data Center.


Desde o século 19, a temperatura média da superfície da Terra aumentou 1ºC, o que fez com que crescesse o número de secas, ondas de calor e ciclones tropicais. No continente antártico, o ar aqueceu mais que o dobro nesse mesmo período, segundo a agência AFP.

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