Manifesto pede medidas urgentes de bem-estar em meio às mudanças climáticas

Documento, assinado por autores brasileiros e estrangeiros, foi publicado na revista The Lancet.


Por g1


Incêndio devastador atinge a ilha grega de Evia. Cientistas apontam elo entre eventos extremos e mudança climática — Foto: Angelos Tzortzinis/AFP


"Todas as dimensões da saúde e bem-estar humanos são agora afetadas pelas mudanças ambientais globais. A ciência da saúde planetária é clara: não podemos mais proteger a saúde humana a menos que mudemos o curso."


Esse é o alerta feito por cientistas brasileiras e estrangeiros que assinam a Declaração de São Paulo sobre Saúde Planetária. O documento foi publicado na revista The Lancet nesta terça-feira (5).


Segundo os autores, a humidade está em "uma encruzilhada". Eles alertam que, nas últimas décadas, a Terra sofreu ainda mais com os impactos humanos, "resultando em uma vasta e acelerada transformação e degradação da natureza".

"Isso inclui não apenas a mudança climática global, mas também a poluição em escala global do ar, da água e do solo; degradação das florestas, rios, sistemas costeiros e marinhos de nosso planeta; e a sexta extinção em massa da vida na Terra", dizem.


O documento pede que as pessoas mudem a forma como vivem na Terra e chama isso de "Grande Transição".


"Alcançar a Grande Transição exigirá mudanças estruturais rápidas e profundas na maioria das dimensões da atividade humana. Isso inclui a maneira como produzimos e consumimos alimentos, energia e produtos manufaturados; a forma como construímos e vivemos em nossas cidades; e como pensamos e medimos o crescimento, progresso e desenvolvimento, e governamos a nós mesmos", explica o documento.


Além de sugerir ações para toda a humanidade, o manifesto também levanta questões e resoluções para diversos setores, como o agrícola, as empresas, cidades e planejadores urbanos, economistas, instituições financeiras, escolas, imprensa e governos.

"Para os Governos: colocar a saúde planetária no centro das políticas internacionais, nacionais e locais, dos planos de recuperação e orçamentos, especialmente nos planos e nas políticas econômicas e ambientais pós-Covid-19", sugerem os cientistas.


Eles também pedem que artistas ajudem a humanidade a gerar novas narrativas sobre o nosso relacionamento com o meio ambiente. E que representantes jovens sejam corajosos e criativos para buscar um futuro saudável e justo para todos.


A declaração foi produzida na Reunião Anual de Saúde Planetária 2021 em São Paulo e traz uma lista de mais de 250 signatários de organizações de mais de 47 país. A carta foi redigida também com auxílio da plataforma SparkBlue, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.


O documento está disponível em vários idiomas, incluindo o português.

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