Nuvem gigante de poeira com área de 615 mil km² chega à Argentina

Embora ela esteja se movendo na costa do Atlântico Sul, especialistas apontam que a nuvem não deve chegar ao Brasil.


Por Bruna de Alencar, g1



Nuvem gigantes de poeira se aproxima do Atlântico Sul — Foto: Reprodução


Uma gigante nuvem de poeira de 615 mil quilômetros quadrados está se aproximando da costa da Argentina, de acordo com uma imagem de satélite publicada pelo pesquisador e cientista da NASA, Santiago Gassó. (Veja imagem acima).


A nuvem de poeira se movimenta pela costa argentina banhada pelo Oceano Atlântico. De acordo com a imagem, a nuvem se estende por uma faixa de mais de mil quilômetros, cobrindo a região de Puerto Madryn, no Norte da Patagônia, até Mar del Plata, na costa da província de Buenos Aires.


Segundo Gassó, a nuvem de poeira é resultado do sistema de baixa pressão, normalmente associado à formação de nuvens e chuvas, que trouxe neve para a região de Usuahia e tempestade de vento para a Patagônia.

“[A tempestade de vento na Patagônia], gerou uma rajada de poeira de Neuquén ao sul, produzindo uma nuvem gigante de poeira que agora está sobre o mar e pode ser vista do satélite”, escreveu Gassó no Twitter.



Embora a nuvem gigante esteja se movendo na costa do Atlântico Sul, o meteorologista da Climatempo, César Soares, acredita que a nuvem não deve chegar ao Brasil.

“Até chegar ao Brasil, essa nuvem de poeira já estará muito misturada com a nebulosidade da frente fria. Além disso, nós estamos em uma condição mais úmida aqui no Brasil, e isso desfavorece a ocorrência de nuvens de poeira e, por isso, a nuvem tende a se dissipar”, diz Soares.

Como se forma uma nuvem de poeira

Assim como as nuvens de poeira que foram observadas no Brasil, a nuvem que paira sobre o Atlântico Sul é consequência direta de áreas de instabilidade.


"As frentes de rajada são correntes de vento muito fortes que se formam na frente de áreas de instabilidade ou de frentes frias, e em condições de tempo seco por um longo período, essas correntes de vento arrastam as camadas de solo mais secas causando a nuvem de poeira”, explica Soares.

Segundo ele, embora incomum, o fenômeno não é anormal.


“Tudo depende da área em que a frente de rajada atua, as frentes frias podem gerar áreas de ventania imensas”, diz Soares.

Para formar uma nuvem de poeira, contudo, é preciso que a frente rajada encontre um solo que está seco há muito tempo, processo que tem se intensificado com o desmatamento.



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