Países precisam acelerar adaptações a mudanças climáticas para conter danos humanos e econômicos

De acordo com relatório da ONU, custos anuais de ações do tipo em países em desenvolvimento são estimados atualmente em US$ 70 bilhões, mas podem chegar a US$ 300 bilhões em 2030.


Por G1


Foto ONU/ Lundrim Aliu


Países do mundo inteiro precisam acelerar de forma urgente suas ações de adaptação às mudanças climáticas para reduzir danos humanos e crescentes impactos econômicos, conclui o novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgado nesta quinta-feira (14).


De acordo com o documento, os custos anuais das adaptações em países em desenvolvimento são estimados atualmente em US$ 70 bilhões (cerca de R$ 371,4 bilhões).

No entanto, a previsão é que o valor fique entre US$ 140 bilhões (R$ 742,8 bilhões) e US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão) em 2030. Em 2050, ele pode estar entre US$ 280 bilhões (R$ 1,4 trilhão) e US$ 500 bilhões (R$ 2,6 trilhões).

O relatório diz que a redução das emissões de gases de efeito estufa pode ajudar a reduzir os impactos econômicos.

Se o mundo conseguir atingir a meta de limitar o aquecimento global em até 2ºC ainda neste século, o crescimento anual nos valores ficaria em 1,6% – abaixo dos 2,2% da trajetória atual, de 3ºC.

As adaptações são parte fundamental do Acordo de Paris, que exige que todos os seus signatários planejem e implementem ações para reduzir a vulnerabilidade de suas comunidades às mudanças climáticas.

"A dura verdade é que a mudança climática está à nossa porta. Seus impactos se intensificarão e atingirão mais duramente os países e comunidades vulneráveis", afirmou em nota a diretora executiva do Pnuma, Inger Andersen.

Para a organização, entre os riscos climáticos prioritários estão a seca, a variabilidade das chuvas, as enchentes e os riscos costeiros.

De acordo com o relatório, 72% das nações têm algum plano de adaptação em vigor, mas o financiamento e a implementação não estão crescendo rápido o suficiente. Das mais de 1.700 iniciativas pesquisadas, a maioria se encontrava em estágios iniciais de implementação. Delas, apenas 3% relataram trazer reduções reais dos riscos climáticos.


Por isso, a organização recomenda aumentar e incentivar tanto o financiamento público quanto o privado para reduzir a lacuna.

O relatório também aponta que a adaptação faz sentido economicamente. Em 2019, a Comissão Global de Adaptação – um grupo de 34 líderes em política, negócios e ciência – estimou que um investimento de US$ 1,8 trilhões (R$ 7,4 trilhões) em medidas de adaptação traria um retorno de US$ 7,1 trilhões (R$ 29 trilhões) em custos evitados e outros benefícios.


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