África realiza sessões virtuais com foco na COP-26

Agências da ONU apoiam Semana Climática realçando necessidade de fundos para lançar recuperação verde no continente; meta do Acordo de Paris para limitar o aquecimento global está longe de ser alcançada.


Por ONU News


Pnud/Arjen van de Merwe

As nações do leste e do sul da África enfrentaram um aumento nas enchentes, secas e outros eventos relacionados ao clima nos últimos anos.


As sessões temáticas virtuais da Semana Climática da África decorrem com chamadas à ação em toda a região. Uganda é o país anfitrião da ACW 2021 que conta com apoio das Nações Unidas e de outras agências multilaterais.


A Semana Climática visa também fornecer informação sobre as campanhas globais da ONU como a “Corrida para Zero" e "Corrida para a Resiliência”, garantindo que vozes regionais sejam ouvidas no processo climático multilateral.


Nacionais


No processo, diferentes entidades regionais apresentam ações climáticas e partilham progressos tendo em vista o sucesso da Cúpula do Clima, COP-26, agendada para Glasgow, Escócia. O foco é sobre a submissão de planos nacionais mais fortes e contribuições nacionais conforme o Acordo de Paris.


Os tópicos incluem a resiliência aos impactos de eventos causados pelas alterações climáticas, tal como inundações, tempestades, incêncios e secas. Os NDCs são complementados pelos Planos Nacionais de Adaptação, NAPs, particularmente relevantes para África.


Sobre o tema, a secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas lembrou que o Uganda é o primeiro país africano a desenvolver um Plano Nacional de Parceria das NDC.


Patrícia Espinosa explicou que a ideia é "reunir governos, líderes de negócios e sociedade civil e engajá-los num diálogo orientado à solução".


Preparativos


Espinosa indica que o mundo está numa corrida contra o tempo e que “a ambição deve ser a palavra orientadora" de tudo o que se faz. A atual edição é uma “oportunidade de estimular colaboração em desafios urgentes e construir resiliência contra crescentes riscos climáticos na região”.


As sessões temáticas dos eventos africanos fazem parte das três Semanas Climáticas Regionais. A série de encontros antecede a COP-26, marcada para novembro, e também inclui encontros para a região Ásia-Pacifico, América Latina e Caribe. A próxima edição será a Semana Climática 2022 com o Médio Oriente e norte da África.


O novo Plano de Ação Climática do Banco Mundial vai destinar, nos próximos cinco anos, 35% do financiamento do grupo as ações climáticas. O instrumento da instituição financeira complementa o Plano de Negócios Climáticos da África. Ambos apoiam ações nacionais e abordagens de toda a economia.


A meta é alinhar o planeamento e política com ação para alcançar um futuro sustentável, de baixa emissão do carbono. Nos últimos meses, o continente testemunhou inundações arrasadoras, invasão de gafanhotos do deserto e agora enfrenta o espectro iminente da seca devido a um evento de La Ninã.


O Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, destaca a ação humana como atividade dominante que "molda o planeta" e acredita que o sucesso da ACW 2021 para as pessoas e o planeta requer sinergia de esforços.


Futuro verde


Já o chefe do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, Pnuma, Mark Radka garante que acertar na recuperação é uma oportunidade de crescer mais rápido, melhor e mais verde. Outra vantagem é trazer pessoas mais perto de um futuro mais inclusivo e verde para toda a África.


Mais de 2,5 mil participantes sessões virtuais que atraem também líderes indígenas e juvenis.


A iniciativa envolve o Pnud, Pnuma e Banco Mundial com o apoio da Comissão Econômica da ONU para África e parceiros regionais como a União Africana e o Banco do Desenvolvimento da África.


Os organizadores apontam a resiliência climática como questão fundamental dos países africanos que precisam dos US$ 100 bilhões para as nações mais vulneráveis e para dar início a uma recuperação verde.


As agências defendem uma ambição que permita o desenvolvimento de baixa emissão do carbono e a mudança de paradigma sobre a adesão a Zona Continental de Livre Comércio.


Outra medida benéfica seria introduzir um preço global de carbono alinhado ao Acordo de Paris “gerando mais recursos para os cidadãos africanos”.

De Bissau para a ONU News, Amatijane Candé

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