Antes da Cúpula do Clima, UE busca acordo sobre lei de mudanças climáticas

O principal tema das negociações desta terça-feira (20) será se a redução das emissões deve ser mais ambiciosa; o Parlamento Europeu quer um corte de 60%.


Por Kate Abnett, da Reuters


Foto: Christian Lue - Unsplash


Membros da União Europeia (UE) buscaram na terça-feira (20) um acordo sobre uma lei que torne as metas de redução de emissões do bloco legalmente vinculantes, à medida em que buscam consolidar sua pretensão de que o bloco seja um líder global do clima antes da Cúpula do Clima nesta semana.


A UE está correndo contra o tempo para terminar sua lei climática antes da cúpula patrocinada pelos Estados Unidos, que acontece nesta quinta e sexta-feira – a Casa Branca incentivará os líderes mundiais a fazerem promessas mais duras para proteger o planeta.


Os compromissos da Europa para reduzir as emissões de gases de efeito estufa superaram até agora os da maioria dos principais emissores, e a UE espera subir o nível de liderança ao consagrar metas mais ambiciosas na lei. Apenas um punhado de países, incluindo a Grã-Bretanha, tornou suas metas climáticas juridicamente vinculantes.

Negociadores de países da UE e do Parlamento Europeu se reúnem nesta terça-feira (20) para tentar terminar a lei que contém a meta da UE de eliminar suas emissões líquidas até 2050, e uma meta para 2030 de cortar as emissões mais rápido do que o planejado anteriormente.


"Seria uma oportunidade perdida de mostrar ao mundo que realmente estamos falando sério", disse o ministro dinamarquês do clima, Dan Jorgensen, sobre a possibilidade de as negociações desta terça não renderem um acordo.


Ele disse que não há risco de a UE voltar atrás em uma meta mínima, acordada em dezembro, de cortar as emissões líquidas em pelo menos 55% até 2030, em relação aos níveis de 1990. A principal disputa nas negociações será se esse objetivo deve ser mais ambicioso. O Parlamento Europeu quer um corte de 60% nas emissões.

"Estou absolutamente esperando por um acordo", disse Jytte Guteland, principal negociadora do Parlamento. "Mas essa meta líquida não é ambiciosa o suficiente."


Os Estados-Membros discutem um compromisso para limitar a quantidade de remoções de emissões que podem ser contadas para a meta de 2030, de acordo com funcionários da UE e documentos obtidos pela Reuters.


Isso poderia acalmar a preocupação de alguns legisladores de que os setores poluidores seriam deixados de lado por uma meta líquida que pode ser alcançada pela redução do CO2, produzido por setores como energia ou indústria, ou pela remoção de CO2 da atmosfera por meio de florestas e pântanos que absorvem carbono.

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