Novo lançamento na COP26 detalha como “refrescar” as cidades

Métodos promovem sustentabilidade e equidade; metrópoles como Paris, Barcelona, Seul, Medellín e Toronto já melhoraram qualidade e segurança do ar; medidas são incentivadas para combater aquecimento urbano, que chega a ser o dobro da taxa global.


Por ONU News



Unsplash/chuttersnap - Sugestões para cidades sustentáveis incluem plantar mais árvores nas ruas e prever superfícies frias e reflexivas


Um guia lançado na 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, COP26, acontecendo em Glasgow, contém orientações detalhadas para ajudar cidades a enfrentar o aquecimento global.

A subida da temperatura em áreas urbanas está duas vezes acima da taxa média de todo o mundo, segundo a publicação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, e parceiros.


Combinação de fatores

Com o título “Vencendo o Calor: um Manual de Arrefecimento Sustentável para Cidades", o guia descreve como centros urbanos aquecem rapidamente devido ao chamado “efeito ilha de calor”.


A situação é causada pela combinação de fatores como redução na cobertura verde, propriedades térmicas dos materiais comumente usados ​​em superfícies urbanas e resíduos de calor devido às atividades humanas.


O Pnuma alertou que no final deste século, muitas cidades podem aquecer até 4 °C se as emissões de gases de efeito estufa continuarem em altos níveis. O manual oferece perspectivas para refrescar cidades de maneira sustentável e igualitária.

As novas ideias incluem garantir ainda no planejamento das cidades sugestões de uma área mínima e distribuição de espaços verdes ou azuis, maior ventilação e gerenciamento de calor residual.


Outras sugestões são prever árvores nas ruas, superfícies frias e reflexivas que impedem a absorção de calor e o uso de edifícios para aumentar sombras em áreas públicas.


Superaquecimento

Paris é um dos exemplos ilustrados pelos métodos usados para combater o superaquecimento nas cidades com um sistema de resfriamento urbano desde 1991.

Escritórios, bancos, lojas, hotéis, museus e outros edifícios da capital francesa são refrescados com água do rio Sena. Com a temperatura da água abaixo de 8 ° C, o líquido é distribuído por torres de resfriamento.


As chamadas “superquadras” de Barcelona elucidam o sucesso em termos ecológicos no planejamento urbano. Desde 2016, seis quarteirões da cidade espanhola foram reaproveitados para minimizar o tráfego e oferecer espaço a ser usado pela comunidade.


A também conhecida como Cidade Luz quer converter 21 ruas e 21 cruzamentos do mesmo distrito entre 2022 e 2032. O projeto compreende uma em cada três ruas de um bairro em Paris, na iniciativa que visa melhorar a qualidade e a segurança do ar.

Já nos Estados Unidos, foram citados exemplos de uso de serviços de redução de calor com edifícios com árvores na cobertura. Estima-se que o valor das iniciativas urbanas esteja entre US$ 5,3 bilhões a US$ 12,1 bilhões anuais.


Dias quentes

Em nível global, calcula-se que investir US$ 100 milhões em árvores de rua daria para que 77 milhões de pessoas se beneficiem com uma redução de 1° C nas temperaturas máximas em dias quentes.


Seul, a maior cidade da Coreia do Sul restaurou o riacho Cheonggyecheon. O curso de água atravessa a cidade, substituindo 5,8 quilômetros de uma autoestrada que cobria o riacho por um corredor à beira-mar de uso misto.


O corredor da orla diminuiu a temperatura para uma faixa entre 3,3 ° C e 5,9 ° C em comparação com uma estrada paralela que está a poucos quarteirões de distância.

Na Colômbia, a cidade de Medellín tem novos corredores verdes que seguem e restauram a geografia da área antes do desenvolvimento recente.


Corredores verdes

Entre 2016 e 2019, a cidade criou 36 corredores, 18 ao longo das principais estradas e o mesmo número ao longo das hidrovias. As áreas cobrindo mais de 36 hectares com corredores verdes já tiveram reduções de temperatura de até 4 °C.


Em Toronto, Canadá, as autoridades municipais implantaram o maior sistema de resfriamento de uma nascente de um lago. Encomendado em 2004, o Deep Lake Water Cooling usa a água fria do Lago Ontário como fonte de energia renovável.


Finalmente, a cidade chinesa de Guangzhou usa um sistema de resfriamento centralizado regional como parte de um centro urbano moderno e ecológico na área central do desenvolvimento da Nova Cidade do Rio das Pérolas.


A temperatura ambiente na área central da Cidade Nova de Zhujiang foi reduzida entre 2° C a 3 ° C em comparação com o uso de sistemas de resfriamento frequentemente usados.

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